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15 de fev. de 2015

Eu sou Malévola



Todas nós queremos ser as heroínas. Os contos de fadas mostram que a mocinha é a bela, honesta e leal. Ela é a personagem a ser amada e imitada. Aprendemos a querer ser desde crianças as princesas, tentar fazer sempre o certo e mostrar que somos gente boa, de coração puro que somos dignas de sermos amadas. Porque é a princesa que fica com o príncipe, a bruxa sempre acaba sozinha, ou melhor, quando inicia a história ela já está sozinha.

Assim, guiadas pela fantasia acabamos reprimindo o nosso lado mau, maquiamos ele e o escondemos no fundo da alma, para ninguém reparar no defeito. Fui assistir Malévola e adorei o filme, primeiro porque gosto de Disney, segundo adoro a Bela Adormecida e terceiro porque amei o final do filme, quando a narradora que descobri ser a própria a Bela Adormecida diz que Malévola foi vilã e heroína na sua história. E assim não somos nós?

Eu não sei você, mas eu tenho várias facetas que mostro dependendo do lugar onde estou e com quem eu estou. Eu sou Malévola diariamente, porque apesar da máxima que não importa o que fizeram com você, você é o que escolhe ser, eu acredito também que a situação provoca a ação e às vezes não sou tão bonitinha assim como estou nesta foto do perfil do blog.

Eu minto, conto fofoca, reparo na caspa, titica e na roupa suja do outro. Não gosto de emprestar minhas coisas e odeio ser questionada. Eu coço o nariz, finjo que estou dormindo no banco do ônibus só para não ceder lugar. Já fingi gostar de pessoas que não gostava, já inventei resfriado, mas era ressaca, já faltei em apresentação de trabalho e também já julguei quando prometi não julgar.

Somos todos falhos, porque somos humanos e o fato de eu falar isso me torna tão de carne e osso quanto você e não há nenhum problema em ser vilã às vezes, todas somos. A presença do meu lado sombrio veio à tona desde quando eu tinha seis anos e colocava o pé na frente para o meu primo de um ano tropeçar e se esborrachar no chão, mas a vergonha de admitir só passou vendo a vilã Malévola interpretada pela lindíssima Angelina Jolie nas telas do cinema. Meu desejo é este: que eu aceite todas as Pris que cabem em mim, não somente o lado bom, mas o mau também, porque está sou eu, inteira. Agora vou ali treinar a gargalhada de vilã no espelho.

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"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."
Clarice Lispector

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